segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Vingador do Futuro

Total Recall
(EUA, 2012) De Len Wiseman. Com Colin Farrell, Kate Beckinsale, Jessica Biel, Brian Cranston e Bill Nighy.

Lembro muito pouco de “O Vingador do Futuro”, filme de 1990 com Arnold Schwarzenegger. Aliás, o título em português se deve ao êxito anterior do ex-governador da Califórnia, “O Exterminador do Futuro”. Para pegar carona no sucesso do filme no Brasil, os distribuidores decidiram associar os títulos, colocando “do Futuro” em ambos. Algo que não faz muito sentido para o remake, mas isso é até irrelevante. O que não é irrelevante é a forma descabida em que a história no filme de 2012 é contada, sem profundidade ou objetivo inicial. “O Vingador do Futuro” é um espetáculo de efeitos especiais, apuros técnicos e artes marciais, mas sem propósito aparente, além da diversão pura e simples. Sim, é um bom entretenimento, mas adivinha qual dos dois filmes você continuará lembrando daqui a um tempo, o de 1990 ou o de 2012?

Em um futuro não muito distante, o simples operário Douglas Quaid mora na Colônia, cidade subterrânea completamente diferente da Federação, rica e abastada. Querendo uma vida com melhores lembranças, ele recorre à empresa Rekall, capaz de implantar memórias novas no cérebro das pessoas, mas algo sai errado e algo de sombrio do seu passado vem à tona. É quando Douglas descobre que teve sua memória apagada por ter sido um agente rebelde do regime de Matthias, um opositor ao governo opressor de Cohaagen. Sendo perseguido por sua própria esposa, ou melhor, uma agente especial que assumiu esse papel após Douglas ter sua memória apagada, ele é ajudado por Melina, também uma rebelde, e juntos tentarão recuperar as lembranças de Quaid e encontrar Matthias, para juntos deterem Conhaagen.


Apesar da direção de arte e dos efeitos visuais serem de muita qualidade, o filme se perde no meio deles, colocando muita ação sem sentido mesclada com cenas mais sem sentido ainda. Imagine que você dorme e acorda ao lado de Kate Beckinsale todos os dias e, de repente, ela se transforma em um personagem maligno, que mantém essa mesma carranca maligna o resto do filme. Agora, imagina que, no meio da perseguição, com a demônia atrás de você, você para tudo o que está fazendo e toca piano. Não, não dá. Tudo bem que a cena se encaixa e tem um propósito (ufa), mas não podiam achar uma solução que se enquadrasse melhor com o ritmo do filme? 
 

Fora isso, o clima de “Corra Lola, Corra” é constante, com muitas explosões e poucas explicações sobre o que é a Federação, porque existe um exército rebelde e contra o quê eles se rebelam e, afinal, quem é o tal Douglas Quaid. Uma das cenas iniciais, com Colin Farrell lutando contra uma dezena de robôs, é mostrada em multi-câmera num plano sequência bem executado, um dos pontos altos do filme. Mérito do próprio Colin Farrell, aliás. Porém, a primazia dos efeitos é sufocada pela falta de razões para que eles aconteçam ou para que, do nada, apareça uma prostituta de três peitos, sem que nenhuma outra bizarrice seja mostrada ou explicada. Junta tudo isso e adiciona um protagonista heroico, porém apático (Colin Farrell com a mesma cara de coitado o filme todo) e uma parceira com cara de nada, além da demônia Kate Beckinsale. Pronto, temos um vingador que diverte, mas em breve será esquecido.

Nota: 6,0

Um comentário:

Mai disse...

Eu achei o filme meio chato no começo (pode ser pq eu tava morrendo de sono rs), mas depois não consegui parar de assistir. Muito bom!